Venezuela fecha parte da fronteira com a Colômbia antes da posse de Maduro

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O governador do estado de Táchira, Freddy Alirio Bernal Rosales, na Venezuela, anunciou na manhã desta sexta-feira (10), que a fronteira do país com a Colômbia seria fechada na região.

No vídeo publicado nas redes sociais, Rosales declarou que a fronteira permaneceria fechada “a partir das 5h da manhã (horário local) desta sexta-feira até as 17h da segunda-feira (13)”.

“Recebemos informações de conspirações internacionais para perturbar a paz dos venezuelanos nesta região de fronteira”, relatou. “Por isso, atendendo a instruções do presidente Maduro, fechamos as fronteiras com a Colômbia”.

O governador ressaltou que possuem “controle absoluto do Estado” e buscam garantir a segurança e paz do país.

CNN entrou em contato com a Polícia Federal e o Exército Brasileiro para um posicionamento sobre as fronteiras entre Brasil e Venezuela, e aguarda retorno.

Maduro se prepara para terceiro mandato

O anúncio desta sexta-feira acontece horas antes da posse de Nicolás Maduro, que assumirá um terceiro mandato como presidente.

O líder chavista deve participar de uma cerimônia de tomada, apesar de muitos países em todo o mundo contestarem a reivindicação dele ter vencido as eleições presidenciais de julho do ano passado.

Maduro e Edmundo González, o candidato da oposição, reivindicaram vitória nas eleições presidenciais realizadas em 28 de julho.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, um órgão apoiado pelo chavismo, declarou formalmente Maduro o vencedor sem fornecer a contagem dos votos.

A oposição contestou e divulgou resultados recolhidos em todo o país, dizendo que provavam que González venceu por uma vitória esmagadora.

Milhares de venezuelanos protestaram contra os resultados logo após a votação, exigindo transparência.

Muitos marcharam nas ruas e entraram em confronto com a polícia.

O governo da Venezuela respondeu lançando uma repressão massiva ao movimento de oposição do país, prendendo mais de duas mil pessoas, incluindo menores de idade, na primeira semana após as eleições.

O Ministério Público da Venezuela emitiu posteriormente um mandado de prisão contra González, o que o levou a fugir do país e a sua colega líder da oposição, María Corina Machado, a se esconder.

Entenda a crise na Venezuela

A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho, anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que dão vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos.

Os resultados do CNE nunca foram corroborados com a divulgação das atas eleitorais que detalham a quantidade de votos por mesa de votação.

A oposição, por sua vez, publicou as atas que diz ter recebido dos seus fiscais partidários e que dariam a vitória por quase 70% dos votos para o ex-diplomata Edmundo González, aliado de María Corina Machado, líder opositora impedida de se candidatar.

O chavismo afirma que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados. Os aliados de Maduro, no entanto, não mostram nenhuma ata eleitoral.

O Ministério Público da Venezuela, por sua vez, iniciou uma investigação contra González pela publicação das atas, alegando usurpação de funções do poder eleitoral.

O opositor foi intimado três vezes a prestar depoimento sobre a publicação das atas e acabou se asilando na Espanha no início de setembro, após ter um mandado de prisão emitido contra ele.

iversos opositores foram presos desde o início do processo eleitoral na Venezuela. Somente depois do pleito de 28 de julho, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 morreram, segundo organizações de Direitos Humanos.

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