Com a resolução do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, e a detenção dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, juntamente com o delegado Rivaldo Barbosa, a Polícia federal identificou uma chance única para desarticular o grupo criminoso conhecido como “escritório do crime” e suas conexões com a esfera política no Rio de Janeiro.
Após várias tentativas de obstruir as investigações que apontavam para os líderes políticos por trás do “escritório do crime” no estado, a PF tomou a liderança nas investigações. Agora, a Polícia Federal está em posição de conduzir novas operações e desmontar as estruturas do crime organizado na área.
Os investigadores estão contando com a possibilidade de novas colaborações para avançar em suas investigações. Eles acreditam que os desdobramentos da operação realizada no último domingo (24) devem revelar informações inéditas, especialmente sobre o esquema de financiamento e lavagem de dinheiro do grupo, assim como a maneira pela qual eles angariavam o apoio de políticos.
Antes de encaminhar uma denúncia ao Supremo Tribunal federal (STF), onde todos os envolvidos serão julgados, a Procuradoria Geral da República (PGR) pode realizar mais investigações com base na operação que resultou na prisão dos irmãos Brazão e do delegado Rivaldo barbosa.
De acordo com os procuradores, a investigação pode trazer informações adicionais ao inquérito, o que exigiria mais investigações e reforçaria a hipótese de que o deputado federal, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio e o delegado da Polícia Civil são os responsáveis intelectuais pelo assassinatos de Marielle e Anderson.
No âmbito do STF, a percepção é que as investigações confirmam de forma clara o que já era amplamente conhecido: a presença do “escritório do crime”, influenciando o cenário político no Estado do RJ.
Ao proferir seu voto, o ministro Flávio Dino afirmou que as investigações têm o potencial de revelar toda a estrutura do crime no Rio.
Reportagem: Alexandra Antunes.
