Confrontos eclodiram nos protestos contra a reforma da previdência em Paris, nesta terça-feira (21). A manifestação se concentra na Place de la République, coração da capital francesa.
Projéteis foram lançados durante o embate e gás lacrimogêneo foi disparado pelas forças policiais.
O Ministro do Interior da França anunciou que estava mobilizando 12 mil policiais para supervisionar a manifestação da próxima quinta-feira (23).
Insatisfação popular
O governo usou poderes constitucionais especiais na última quinta-feira (16) para aprovar a controversa legislação que aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos para a maioria dos trabalhadores, provocando uma onda de protestos e greves em todo o país.
Com uma das idades de aposentadoria mais baixas do mundo industrializado, a França também gasta mais do que a maioria dos outros países em pensões – quase 14% da produção econômica, de acordo com a Organização para a Cooperação Econômica.
O governo argumenta que o sistema atual – contando com a população trabalhadora para pagar por uma faixa etária crescente de aposentados – não é mais adequado para o propósito.
No entanto, os protestos que tomaram o país na última semana visavam não apenas a reforma previdenciária, mas o poder constitucional usado para forçá-la.
Incapaz de obter o apoio da maioria para o projeto de lei no parlamento, Macron recorreu ao uso do Artigo 49.3, que permitia a seu governo aprovar o projeto de lei na Assembleia Nacional sem votação.
A medida foi amplamente condenada por manifestantes e legisladores como antidemocrática.
“Estamos diante de um presidente que faz uso de um golpe de estado permanente”, disse Olivier Faure, líder do Partido Socialista Francês, à mídia local na quinta-feira.
*publicado por Tiago Tortella, da CNN
*com informações da CNN