As conversas atribuídas ao ex-presidente estão em um relatório da PF revelado pelo site UOL; conteúdo pode estar ligado diretamente ao 8 de Janeiro
O contato atribuído ao ex-presidente Jair Bolsonaro no celular do empresário Meyer Nigri, da Tecnisa, tratou em ao menos duas mensagens sobre uma possível guerra civil e mencionou o derramamento de sangue no pós-eleição. Os termos foram detalhados em relatório da Polícia Federal revelado pelo site UOL nesta quarta-feira 22
De acordo com o documento, partia de Bolsonaro o conteúdo disparado em massa pelos empresários que, em agosto de 2022, discutiram a possibilidade de um golpe de Estado em uma aplicativo de mensagens. Naquela ocasião, 8 empresários se tornaram alvo de um inquérito. Um ano depois, o ministro Alexandre de Moraes decidiu manter a apuração tendo como alvo apenas Nigri e Luciano Hang, da Havan.
As mensagens expostas pelo site estavam no celular de Nigri. Nelas Bolsonaro ataca Moraes, do STF, e o acusa, sem provas, de ter montado um esquema para fraudar as eleições. No vídeo encaminhado pelo suposto contato do ex-capitão aparecem, em letras maiúsculas, as seguintes frases:
“A ESTRATÉGIA, O PODER, A QUALQUER CUSTO. O POVO TÁ ESPERTO. Compartilhem”;
“PF precisa ver isso. TEREMOS SANGUE!!! GUERRA CIVIL”.
Além das frases escritas no vídeo, o contato em nome do ex-presidente faz um comentário sobre o conteúdo: “Eis o enredo das eleições 2022. Você confia nos 3 min do TSE/STF?”, anota o ex-capitão.
Segundo o site, para os investigadores, a mensagem encaminhada a Nigri no dia 21 de junho de 2022 pode “vincular o ex-presidente aos atos golpistas do dia 8 de Janeiro“.
O empresário, importante dizer, não fica apenas como um interlocutor. Após receber a mensagem golpistas vinda do contato PR Bolsonaro, Nigri, segundo a PF, encaminha o vídeo e a frase para dois grupos de WhatsApp, além de contatos em privado.
Em 8 de agosto de 2022, Bolsonaro volta a falar em guerra civil com o empresário. Dessa vez em texto, o contato do ex-capitão encaminha a Nigri uma mensagem com título “O STF será o responsável por uma guerra civil no Brasil”. O documento, indica a PF, continha uma série de informações falsas sobre o Supremo e também sobre as eleições. Assim como no primeiro caso, o empresário encaminhou o texto para seus contatos.
Fonte: www.cartacapital.com.br