Haddad se reúne fora da agenda com Lula em busca de saídas para a alta do dólar e o corte de gastos

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Presidente e ministro devem passar o dia juntos, em cerimônias do Plano Safra e reuniões. Mercado avalia que falas de Lula contra o BC têm pressionado dólar e gerado dúvidas sobre política fiscal.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu fora da agenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na manhã desta quarta-feira (3).

Haddad chegou ao Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, por volta das 8h20 e deixou o local às 9h40 – mesmo horário em que Lula seguiu para o Palácio do Planalto.

A reunião já era esperada para esta quarta, mas o horário não tinha sido divulgado. Segundo interlocutores do Ministério da Fazenda, a tendência é que o ministro Haddad passe o dia em reuniões internas e eventos no Palácio do Planalto.

Nesses encontros, Lula e Haddad devem discutir saídas para o momento atual da economia, marcado por fortes tensões entre governo e mercado:

A agenda oficial de Lula prevê dois eventos de lançamento do Plano Safra – um pela manhã, para as linhas voltadas à agricultura familiar, e outro à tarde para o agronegócio.

Lula também convocou uma reunião no Planalto às 16h30 com a equipe econômica. Além de Haddad, foram chamados os ministros Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão e Inovação).

Participam do encontro, ainda, o secretário-executivo de Haddad, Dario Durigan, e o secretário de Análise Governamental da Casa Civil, Bruno Moretti.

Incerteza na economia

A sequência de reuniões ocorre em meio a um momento de tensão na economia do país:

  • o dólar, em disparada, tem atingido os maiores valores em dois anos e meio
  • o governo busca formas de cortar gastos públicos para garantir equilíbrio fiscal
  • Lula tem confrontado o mercado, que gostaria de ações mais claras do governo no sentido de conter despesas

No Orçamento deste ano, o governo prevê um déficit zero nas contas públicas. Isso significa que despesas e receitas têm que se equivaler.

Se as despesas forem maiores, o governo registrará um déficit fiscal, o que gera no sistema financeiro e no setor produtivo uma dúvida quanto à capacidade do governo de saldar suas dívidas e manter a inflação sob controle.

Isso dificulta a vinda de investimentos para o país.

Nesta segunda, Haddad reconheceu que o dólar está em patamar alto (ultrapassou os R$ 5,65). O ministro atribuiu esse movimento a “muitos ruídos” de comunicação.

Para Haddad, o governo precisa melhorar a comunicação sobre os bons resultados na economia.

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