A Polícia Federal (PF) encontrou selfies comprometedoras feitas pelo general Mario Fernandes e esquecidas na nuvem. Secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, ele foi preso por suspeita de planejar as mortes de Lula e Alexandre de Moraes.
Nas imagens, é possível ver Mario Fernandes sorridente em manifestações com faixas que pediam “intervenção federal” em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, para evitar a posse do atual presidente. Os arquivos que chamaram a atenção da PF já não constavam no celular que o militar vinha usando. O atual aparelho, mais moderno que o utilizado para as fotos, foi “resetado” em junho de 2023.
“Sobre os arquivos com registro de criação no mês de novembro de 2022, foram identificados itens mais relevantes. Salvas no dia 02/11/2022, foram encontradas 7 imagens de MARIO registrando sua presença em manifestações ocorridas em frente ao Quartel-General do Exército Brasileiro, em Brasília”, diz trecho do relatório da Polícia Federal obtido pela coluna.
“Cabe observar, neste contexto, que os metadados das imagens indicam que foram registradas em um aparelho ‘Apple iPhone XR’, modelo diferente do que está sendo objeto de análise do presente relatório. Isto indica que, possivelmente, era este o aparelho utilizado por MARIO à época”.
Em colaboração premiada, ele foi citado por Mauro Cid como um dos militares mais radicais. Segundo a PF, ele integraria um grupo de militares de alta patente que agiam para influenciar a consumação de um golpe de Estado.
Em fevereiro deste ano, o militar foi alvo de busca e apreensão na Operação Tempus Veritatis. De acordo com a corporação, pesam contra ele registros de idas ao acampamento montado nas adjacências do QG do Exército e de relação direta com manifestantes radicais que atuaram no período pós-eleições de 2022.
“Pelo que se obteve, as condutas identificadas pela investigação demonstram que Mário Fernandes se trata, de fato, de um dos militares mais radicais que integrava o mencionado núcleo militar”, apontou a Polícia Federal.
O militar da reserva remunerada atuou como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República, durante o governo Bolsonaro. E permaneceu no cargo de outubro de 2020 a janeiro de 2023.