Família diz que brasileira ferida em bombardeio no Líbano está com rosto desfigurado; ela e dois filhos seguem internados

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Fatima Boustani, de 30 anos, ficou ferida no último sábado (1º) após um bombardeio atingir sua casa em Saddike, no Sul do Líbano. No momento do ataque aéreo estava ela e dois dos quatro filhos; marido está em Itapevi, na Grande SP, e espera ajuda do governo federal para trazer família ao país.

A brasileira Fatima Boustani, de 30 anos, ferida no último sábado (1º) após um bombardeio atingir sua casa em Saddike, no Sul do Líbano, ficou com o rosto desfigurado e vai precisar de cirurgias para reconstrução da face. A informação foi dada ao g1 por Hussein Ezzddein, primo do marido dela.

Fátima estava na casa com os dois dos seus quatros filhos, uma menina de 10 anos e um menino de 9 anos, quando foram surpreendidos pelo bombardeio.

No momento do ataque aéreo, as outras duas crianças, de 12 e 7 anos, tinham saído para a casa dos avós. O marido dela mora em Itapevi, na Grande São Paulo. Ele se mudou para o Brasil em busca de oportunidades de trabalho.

“Fátima segue internada em estado grave e os dois filhos também estão internados e estão recebendo atendimento médico. Estamos na torcida para ela melhorar o mais rápido possível para trazer ela para cá [Brasil] e conseguir ter uma nova chance de viver. Graças a Deus está passando, aos poucos, muito pouco, o risco de morte dela”, afirmou.

“Mas a Fátima vai precisar de muito trabalho, na verdade, para construir o rosto dela, porque ele está destruído, não tem nada no rosto mais. Ela precisa de muitas cirurgias e de muitos especialistas que sabem mexer nessa área para construir um rosto de mulher de novo”, lamentou o parente.

Segundo Hussein, ela e os dois filhos continuam internados no Hospital Libanês Italiano, em Tiro, no sul do país. A família ainda aguarda ajuda do governo brasileiro para realizar o resgate deles e transferi-los para o Brasil.

“Ninguém ainda entrou em contato com a gente. Estamos aguardando posição do governo para saber como ficará. Só tem a embaixada lá. Mas aqui ninguém entrou em contato com a gente”, ressaltou Hussein nesta segunda-feira (3).

Um vídeo enviado para Hussein mostra como imóvel da família ficou destruído após o bombardeio. Nas imagens, é possível ver os destroços e marcas de sangue em um sofá da casa (assista acima).

Segundo agências de notícias internacionais, os ataques foram feitos por Israel, que visava áreas do grupo terrorista Hezbollah no Sul do Líbano. A agência AP diz que Hezbollah afirmou que interceptou um drone de Israel durante os ataques deste sábado.

Em nota, o governo brasileiro condenou o ataque e informou que presta apoio à família. Veja nota completa:

O governo brasileiro manifesta sua indignação e condena o bombardeio de ontem, dia 1°, em Saddikine, no Sul do Líbano, que resultou em ferimentos em três cidadãos brasileiros. Todos estão recebendo tratamento no Hospital Libanês Italiano, em Tiro. O episódio ocorreu no contexto de ataques das forças armadas israelenses no Sul do Líbano e do Hezbollah no Norte de Israel.

“A Embaixada do Brasil em Beirute está em contato com os familiares e com a equipe médica e presta o apoio consular. Desde o início do conflito entre Israel e Palestina, a Embaixada em Beirute monitora e mantém contato regular com os brasileiros residentes no Sul do Líbano.

O Brasil exorta as partes envolvidas nas hostilidades à máxima contenção, assim como ao respeito aos direitos humanos e ao direito humanitário, de forma que se previna o alastramento do conflito em Gaza e se evitem novas vítimas civis inocentes”.

Hussein Ezzddein contou ao g1 que seu primo, Ahmad Aidibi, é casado com Fatima Boustani há 15 anos. O casal tem quatro filhos, de 12, 10, 9 e 7 anos, e moram na cidade de Saddike, a cerca de 100 quilômetros de Beirute.

Aidibi foi para Itapevi, Grande São Paulo, antes da mulher e dos filhos para conseguir oportunidade de trabalho, mesmo sem falar português.

Fátima é libanesa, mas já morou no Brasil anos atrás, tem parente no país e há poucos meses ela e os filhos conseguiram a nacionalidade brasileira. A família planejava se mudar ainda este ano para a Grande São Paulo após o término do período escolar das crianças, informou o primo.

Ao g1, Hussein ainda contou que Aidibi está em estado de choque desde que recebeu a notícia do ataque e pede socorro às autoridades brasileiras. “Ele fica chorando igual uma criança”, relatou.

FONTE G1

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