Defensor do fim do Banco Central e ‘anarcocapitalista’: quem é Javier Milei, candidato da extrema direita que venceu primárias na Argentina

OUTRAS NOTÍCIAS

Milei é da chapa ‘A Liberdade Avança’. O candidato propõe dolarizar a economia e fechar o Banco Central.

Javier Milei é um economista argentino formado pela Universidade de Belgrano, tem 52 anos e é natural de Buenos Aires. Candidato à Presidência de extrema direita, Milei venceu as eleições primárias da Argentina, realizadas neste domingo (13).

As primárias na Argentina são uma votação obrigatória para definir os candidatos que concorrerão às eleições presidenciais, que acontecem em outubro. Por lei, todos os partidos são obrigados a fazer prévias — mesmo que haja um único candidato e isso seja só uma formalidade —, e todas as frentes políticas passam pelas primárias no mesmo dia.

Segundo o jornal “Clarín”, Milei, da chapa “A Liberdade Avança”, se apresentava — e era visto assim — como um personagem que vinha de fora para combater as más práticas da política. Suas promessas incluem adotar o dólar como moeda e fechar o Banco Central.

“Estamos propondo um sistema bancário e a reforma monetária que acabará levando à extinção do Banco Central, onde os argentinos podem escolher sua moeda e não serem obrigados a suportar a moeda emitida pelos políticos argentinos”, disse ele em entrevista à agência Reuters em maio de 2022.

O jornal “El País” descreve Milei como um economista ultraliberal, que se declara “anarcocapitalista”. O argentino é contra o aborto, a favor do casamento homoafetivo, considera as mudanças climáticas “uma farsa” da esquerda, e se identifica com a extrema direita do Vox na Espanha, também segundo o jornal.

Milei foi assessor do general Antonio Bussi, militar que foi governador da província de Tucumán durante a ditadura e posteriormente deputado nacional; economista-chefe da Fundação Acordar, do ex-governador peronista de Buenos Aires, Daniel Scioli; e trabalhou na empresa que administra a maioria dos aeroportos argentinos.

É também admirador de Jair Bolsonaro, com quem costuma ser comparado, e de Donald Trump.

O jornal “La Nación” diz que “a relação de Milei com a imprensa é ambivalente”. Na mídia, começou com um programa de rádio na emissora online Conexioón Abierta, quando passou a ser chamado para participar programas da televisão que reúnem diversos convidados para falar de tudo.

E aí explodiu em visibilidade, reconhecimento, seguidores nas redes e aumentou seus honorários, apesar de desconfiar de jornalistas e ficar furioso com algumas perguntas. Também já insultou repórteres e impôs condições para conceder entrevistas, como escolher perguntas e proibir temas.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *