Chico Rodrigues (PSB-RR) escondeu dinheiro nas partes íntimas durante buscas da PF na casa do parlamentar. Colegiado abriu processos contra outros quatro senadores. Seis casos foram arquivados, e análise de representação contra Flavio Bolsonaro foi adiada.
O Conselho de Ética do Senado abriu nesta quarta-feira (14) procedimento disciplinar contra o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), que, em outubro de 2020, foi flagrado com dinheiro na cueca durante buscas da Polícia Federal na residência do parlamentar.
O pedido de abertura de processo foi apresentado pelos partidos Rede Sustentabilidade e Cidadania. As legendas pedem a cassação do mandato do parlamentar. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi sorteado relator do caso.
Desde que foi flagrado com dinheiro na cueca, Chico Rodrigues tem negado irregularidades e dito que agiu dominado “pelo pânico e pelo medo”.
A decisão de abertura do processo não envolveu análise de mérito, isto é, do conteúdo das acusações. Segundo o presidente do conselho, Jayme Campos (União Brasil-MT), a abertura significa a conclusão de que os pedidos cumpriram os requisitos regimentais para serem analisados.
Após o processo, o Conselho de Ética pode propor advertência, censura, perda temporária do mandato ou ainda a cassação do senador. As duas últimas punições precisam ser aprovadas também pelo plenário principal da Casa.
Na mesma sessão, o Conselho de Ética decidiu abrir processos contra outros quatro senadores. Seis casos foram arquivados.
A análise sobre a abertura de representação contra o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), por suposta ligação com milícias, foi adiada. Outra denúncia contra o parlamentar do Rio foi arquivada.
As aberturas de processo desta quarta-feira foram as primeiras após quase seis anos sem movimentações do tipo no Conselho de Ética.
Processos abertos
Veja a seguir quais senadores, além de Chico Rodrigues, se tornaram alvos de processos no Conselho de Ética:
▶️ Styvenson Valentim (Podemos-RN)
O senador se tornou alvo de procedimento disciplinar no Conselho de Ética apresentado pela ex-deputada Joice Hasselmann (PSDB-SP). Ela afirma que, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o senador “ironizou” incidente ocorrido com ela em 2021.
À época, a deputada disse ter acordado com marcas de sangue no chão de sua casa. Ela sofreu fraturas no rosto e na costela. A Polícia Civil concluiu que ela “caiu da própria altura”.
Na transmissão, Styvenson afirmou: “Aquilo ali, das duas uma. Ou duas de quinhentos ou uma carreira muito grande. Aí ficou doida e pronto… saiu batendo em casa”.
Joice acusa o senador de quebra do decoro parlamentar pela “prática dos delitos de calúnia e difamação contrários à honra e dignidade”.
O senador Dr Hiran (PP-RR) foi sorteado relator desse processo.

Senador Styvenson Valentim (Pode-RN) e a ex-deputada Joice Hasselmann — Foto: Reprodução