Operação militar quer retomar região, controlada pela Armênia desde 1994, à força. ONU e EUA pedem que governo azerbaijano recue, e França pede reunião de urgência no Conselho de Segurança sobre o conflito, que escala tensões entre países vizinhos.
O governo do Azerbaijão voltou a atacar nesta terça-feira (19) a região separatista de Nagorno-Karabakh, controlada pela Armênia.
A nova incursão deixou 25 mortos, segundo o governo local, e aumentou as tensões entre os vizinhos Azerbaijão e Armênia.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos exigiram que o governo azerbaijano recue, e o governo francês pediu uma sessão de emergência no Conselho de Segurança da ONU para debater o conflito, que pode se transformar em uma guerra entre os dois países.
O Ministério da Defesa do Azerbaijão alegou ter atacado apenas alvos militares com o uso de armas de alta precisão. Mas as autoridades de etnia armênia em Nagorno-Karabakh afirmaram a capital da região, Stepanakert, e outras aldeias sofreram “intenso bombardeamento”.
O enclave Nagorno-Karabakh, de maioria Armênia, se separou do Azerbaijão com o apoio da Armênia em 1994. À época, uma primeira guerra na época deixou mais de 30.000 mortos.
Os dois países chegaram a iniciar um novo conflito, em 2020, que terminou com conquistas territoriais do Azerbaijão e um cessar-fogo obtido com a mediação da Rússia.
Desde então, os russos são responsáveis por manter a paz na região e negociar com os dois governos por acordos de não-agressão. Nesta terça, Moscou também se ofereceu para intermediar o novo conflito e afirmou que suas forças continuarão cumprindo a missão de paz.
“Estamos profundamente preocupados com a acentuada escalada da situação em Nagorno-Karabakh”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Zakharova afirmou ainda que o Azerbaijão avisou as forças de paz russas sobre a ação militar apenas poucos minutos antes de ela começar.

Fonte: g1.globo.com