Deputados consideraram revogar a prisão, porém, recuaram devido à pressão popular e preocupações com exploração política durante um ano eleitoral

Após a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, a Câmara pretende avançar rapidamente com medidas em resposta às decisões recentes do STF contra parlamentares investigados. Já se esperava que houvesse discussões sobre a relação com o STF após a votação do caso Brazão.
Os partidos do Centrão estão focando em alterar as regras de funcionamento do STF, incluindo a proposta de aumentar a idade mínima para nomeação de ministros para 60 ou 65 anos, enquanto a idade máxima de aposentadoria seria mantida em 75 anos.
A Câmara informou ao Senado que não apoia mandatos fixos para ministros do STF, mas está interessada em outra proposta que pode progredir em breve. Além disso, há apoio para avançar com uma PEC que limita o foro privilegiado, diminuindo as possibilidades de deputados serem julgados no STF.
A reação à atuação do STF não é apenas por causa da prisão de Brazão, mas também das buscas contra outros parlamentares, como Alexandre Ramagem, suspeito de usar Abin. No caso de Brazão, líderes do Centrão acreditam que a prisão seis anos após o crime foi mais uma resposta política do que uma medida para proteger as investigações.
A Polícia Federal discorda dessa visão, afirmando que havia obstrução de justiça contínua e risco de fuga, justificando assim a antecipação da operação, que ocorreu em um domingo, algo incomum.
Reportagem: Alexandra Antunes