Além do documento que instruía um golpe, o ex-ministro da Justiça será questionado sobre a participação dele e do ex-presidente Bolsonaro na reunião com embaixadores em julho de 2022
Preso há dois meses por suposta omissão durante a invasão dos prédios dos três Poderes em Brasília, o ex-ministro da Justiça e ex-sercretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres presta depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na manhã desta quinta-feira (16/3).
Torres será questionado sobre a minuta de um golpe de estado encontrada pela Polícia Federal (PF) em sua casa. Esse documento propunha a implantação de um estado de defesa para mudar o resultado das eleições que deram vitória ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A minuta foi incluída na ação que investiga o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder na reunião com embaixadores em julho do ano passado. À época, o então presidente atacou, sem provas, a integridade do sistema eleitoral brasileiro. O encontro com embaixadores foi realizado no Palácio da Alvorada e transmitido pelas redes sociais pela TV Brasil. Dias após a realização deste encontro, o Youtube retirou do ar as imagens da reunião.
Além de atacar as eleições nacionais, o ex-presidente fez alegações falsas sobre as urnas eletrônicas e defendeu o voto impresso. A reunião teve participação de Anderson Torres.
O TSE também ouvirá, nesta quinta (16/3), os servidores da PF Ivo de Carvalho Peixinho e Mateus de Castro Polastro. Ambos foram convocados antes da live para falar com Bolsonaro sobre o teor do inquérito.