Observadores internacionais tiveram acesso a 85% dos boletins, que apontam apenas 30% de votos para Nicolás Maduro
O aliado de observadores internacionais, Gustavo Silva, apresentou nesta terça-feira (26) ao Congresso Nacional as atas eleitorais da eleição presidencial da Venezuela. Segundo ele, os observadores tiveram acesso a 85% das atas — conhecidas no Brasil como “boletim de urna” — e os documentos apontam que 67% dos votos foram para Edmundo González, contra 30% de Nicolás Maduro.
Silva entregou aos senadores um relatório técnico com informações sobre as atas “para que qualquer pessoa que queira saber dele em português possa ter acesso”.
“Nós temos uma grave crise na Venezuela na qual, com todo o apoio da comunidade internacional, e na qual Brasil tem tido um papel muito importante, a Venezuela quer conseguir uma solução pacífica, democrática, eleitoral, cidadã”, afirma.
O aliado agradeceu ao presidente Lula por não reconhecer oficialmente o resultado da eleição de Maduro e o apoio do país. “A resposta de Nicolás Maduro, em primeiro lugar, foi a repressão, e em segundo foi desconhecer a vontade popular da Venezuela”, declara.
O senador Flávio Bolsonaro sugeriu que os parlamentares apresentem o relatório recebido ao Lula “pra quem sabe assim ele tenha as atas em mãos e tome a decisão de não reconhecer o resultado oficial que declarou Maduro o autoproclamado presidente daquele país”.
Lula não reconhece vitória
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Nicolás Maduro deve uma explicação sobre as eleições na Venezuela e cobrou a divulgação total das atas eleitorais do pleito de 28 de julho. O Brasil não reconheceu a vitória do presidente venezuelano, tampouco endossou a suspeita de fraude.
“Eu não posso dizer que a oposição foi vitoriosa, porque eu não tenho os dados. E muito menos que o Maduro foi vitorioso, porque eu não tenho os dados. Eu não quero me comportar de forma apaixonada e precipitada. Eu quero resultado”, afirmou Lula. “Ainda não [reconheço o resultado eleitoral]. Ele sabe que está devendo uma explicação para a sociedade brasileira e para o mundo. Ele sabe disso”, completou.