O presidente Lula deu declaração após ser questionado sobre a decisão de alguns países de parar repasses financeiros à Agência da ONU aos Refugiados Palestinos.
Um dia após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmar que vai convocar o embaixador brasileiro para “uma dura conversa de repreensão”, o governo do país declarou nesta segunda-feira (19) que Luiz Inácio Lula da Silva é uma “persona non grata”. A decisão aconteceu depois que o presidente do Brasil fez uma comparação às ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra.
O termo “persona non grata” significa alguém que não é bem-vindo, é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo no país. O termo foi descrito no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.
“Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma ‘persona non grata’ em Israel até que ele peça desculpas e se se retrate“, escreveu o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, nas redes sociais.
No final da semana (18), Lula classificou como “genocídio” e “chacina” a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas no início de outubro. Ele comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus por Adolf Hitler no século passado.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus“, disse Lula.
O petista fez a afirmação após ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender repasses financeiros à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos.
No domingo, Netanyahu disse que decidiu convocar o embaixador do Brasil para uma reunião sobre a fala de Lula.
“Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é ultrapassar uma linha vermelha. Israel luta por sua defesa e garantia do seu futuro até a vitória completa“, declarou Netanyahu.
Mais de 24 mil pessoas já morreram no conflito, que começou no início de outubro de 2023.
Reportagem: Alexandra Antunes