O cometa 322P/SOHO apareceu dando a volta no Sol em imagens da SOHO, ficando seis vezes mais perto do astro do que Mercúrio
Em 21 de agosto, um cometa chamado 322P passou pertinho do Sol, ficando seis vezes mais próximo de nossa estrela do que o planeta Mercúrio. Durante a passagem, o objeto foi observado pela sonda SOHO, da NASA — a mesma que o encontrou pela primeira vez, em 1999.
Também conhecido como P/1999 R1, P/2003 R5, P/2007 R5 e P/2011 R4, este cometa completa uma volta ao redor do Sol a cada quatro anos, com velocidades de até 187 km/s. Ao atingir o periélio (ponto orbital em que atinge a aproximação máxima do Sol), seu brilho aparente é semelhante ao das estrelas mais fracas visíveis a olho nu.
Entretanto, não podemos observá-lo sem a ajuda de instrumentos como o SOHO, justamente por ficar perto demais do Sol. Em outras palavras, o cometa ficou coladinho na estrela durante o dia, então sequer poderíamos olhar em sua direção.
Por outro lado, com as imagens da SOHO abaixo, podemos vê-lo dando a volta ao redor do Sol. Os dados são insuficientes para observar todo o trajeto, mas é possível conferir o objeto se deslocando em direção à estrela e voltando para o lugar de onde veio.
Mas por que ele é tão interessante? É que suas propriedades são bastante incomuns para um cometa — por exemplo, ele não apresenta uma cauda, nem mesmo quando está recebendo temperaturas extremas do Sol. Normalmente, um cometa a essa distância teria seus elementos voláteis vaporizados e formariam a famosa cauda cometária.
Outra curiosidade é que o 322P já fez esse trajeto várias vezes e em nenhum momento se desintegrou, ao contrário de outros 4.500 cometas já observados se desintegrando ao se aproximar do Sol. Sua alta densidade também chama a atenção, superior à de qualquer outro cometa conhecido, segundo um estudo publicado em 2016 no Astrophysical Journal Letters.
Por fim, ele tem entre 150 e 320 metros de diâmetro, gira a cada 2,8 horas e não parece ter perdido massa significativa durante seus periélios. Os astrônomos suspeitam que se trate de um cometa que já perdeu todos os seus componentes voláteis, restando apenas um núcleo de rocha e metal.
Fonte: Spaceweather.com / www.terra.com.br