Centenas de pessoas foram detidas na terceira noite de protestos na França pela morte de um jovem, de 17 anos, que levou um tiro no tórax ao se recusar a parar em uma barreira policial. O agente teve a prisão preventiva por homicídio voluntário decretada pela Justiça. Prevendo outra noite turbulenta, o governo mobilizou 40.000 agentes em todo o país, que, por volta das 3 horas locais, já haviam efetuado 421 detenções, segundo o entorno do ministro do Interior. A maioria dos detidos tem de 14 a 18 anos, segundo as fontes. A violência começou na última terça-feira, 27, nos arredores de Paris, e se estendeu a outras partes da França, depois da morte de Nahel, 17 anos. Em um relatório interno, os corpos de segurança previam “uma generalização” da violência nas próximas noites, com “ações voltadas contra as forças da ordem e os símbolos do Estado”, disse uma fonte policial. “Não culpo a polícia, culpo uma pessoa: a que tirou a vida de meu filho”, disse ao canal France 5 Mounia, mãe de Nahel, em sua primeira entrevista desde o ocorrido. Segundo ela, o agente “viu um rosto árabe, um pequeno rapaz, e quis tirar sua vida”. Durante o dia, Mounia liderou uma marcha de protesto em sua cidade, Nanterre, a oeste de Paris, que terminou em confronto com a polícia.